segunda-feira, 29 de agosto de 2011

DIA DE MEDICO - UFAAA


Boa noite !

Acabei de chegar do meu infectologista e mais uma vez a palavra que ouvir dele foi PARABÉNS!!
Confesso que é muito bom ouvir dele especificamente que a minha saúde estar ótima e que todos os exames realizados em Julho tiveram bons resultados.
Hoje estou feliz , tranquilo em saber que minha saúde esta sob controle e que agora é só manter como estar.
Ir ao medico hoje foi o meu presente de aniversário, afinal esse final de semana comemorei mais um ano de vida, muita vida.
Fiz meus 35 anos repleto de amigos, muita felicidade e cheio de saúde física, mental e espiritual. Teve festa surpresa no trabalho, barzinho, festa com direito a banda, presentes, ligações de amigos/ familiares e muita alegria recheada de grandes amigos.
Tenho certeza que isso tudo só me fortalece cada dia mais e mais e sendo assim só tenho a agradecer a cada um de vocês que contribuem para me ver mais feliz e cheio de vontade de viver.
Confesso que cinco anos atrás jamais imaginei que conseguiria ser tão feliz como tenho sido.
Obrigado a todos , obrigado a Deus e que venham muitos outros Agostos!



Abraço!

Anjo Gabriel.

Sem Palavras...


Bom dia a todos! Lendo essa carta me emocionei e assim resolvi posta-la a todos aqui em relatos de uma nova vida. Uma lição de amor.

Impossível não se comover, principalmente quem tem filhos...

Um texto lindo, cheio de emoção, de dor e tristeza, mas que vale a pena ser postado aqui em homenagem a um anjinho chamado Gabriel e a dor de seu Pa vocalista da Banda Biquíni Cavadão Bruno Goveia.


Caros amigos, parentes e fãs!Queria começar este post agradecendo a todos pela solidariedade, pelas mensagens de carinho, força, amor, fé, esperança por dias melhores. Em especial, meus familiares e toda equipe de minha banda, o Biquíni Cavadão. Meu irmão Fábio e meu amigo Antônio Bindi conseguiram me isolar enquanto eu estava nos Estados Unidos para compor músicas pro novo disco. Sem celular e acesso a internet, não soube do ocorrido. Tinha acabado de chegar de Los Angeles em Nova Iorque. Eu e Coelho pegamos vôos diferentes e nos encontramos no aeroporto. Era para ficarmos três dias na cidade compondo com uma artista neozelandeza. Entretanto, ao encontrar meu guitarrista ele me avisou que tínhamos de voltar para ?fazer um show muito importante?. Era cedo em Nova Iorque e passamos o nosso único dia na cidade perambulando pelas ruas até a hora de voltar para o aeroporto. Foi fundamental o seu cuidado comigo, me isolando de possíveis brasileiros que pudessem me dar a trágica notícia. Até no aeroporto, ele conseguiu que eu ficasse em uma sala VIP sem que eu desconfiasse de nada. Ao mesmo tempo, minha namorada Izabella me ocupava o tempo todo, distraindo-me com intermináveis ligações. Ela, cantora da banda Menina do Céu, enviou uma substituta para seus shows e ficou falando sem parar comigo, me distraindo carinhosamente. Por vezes, eu dizia que estava cansado de falar e queria aproveitar a cidade. Ela então enviava mensagens de texto para Coelho: ?Ele cansou, agora, segure as pontas!?. E assim, longas horas se passaram até que o avião finalmente decolasse com destino ao Rio.
Ao chegar, fui recepcionado por uma delegação que cuidou de acelerar os tramites com imigração e alfândega (agradeço ao Governador Sergio Cabral por todo este cuidado). Nem assim, desconfiei. Pensava apenas ?Nossa, este show deve ser importante mesmo!?. Para evitar sair pela porta principal, onde jornalistas nos aguardavam, me fizeram passar por trás, saindo pelo desembarque doméstico, onde fui recebido pelo meu produtor. Ele me recebeu correndo e me disse para entrar numa sala. Achei que, pela pressa toda em me retirar do local, eu devesse entrar num taxi ou ônibus para o local do show. Ouvi apenas, você tem que dar uma entrevista para a TV Globo. E foi então que notei, ao entrar na sala, que não havia show algum para ser feito, muito menos entrevista.
O primeiro que vi foi Miguel, tecladista do Biquini, mas logo estranhei a presença de Izabella. Numa rápida passada de olhos, notei que meus familiares estavam ali. Todos, menos meu pai.
- Eu já sei porque estou aqui. ? tentei adivinhar
- Você sabe? ? perguntou minha mãe, chorando
- Bruno, sente-se por favor ? pedia meu irmão
- Meu pai?.. ? balbuciei
- Ele está bem, Bruno, seu pai está bem. ? alguém que não me lembro, me avisou
Meu irmão insistiu para que eu sentasse enquanto começava a me dizer que uma imensa tragédia havia se abatido sobre nós.
- Gabriel ? ? temi acertar
Então, meu irmão respirou fundo e me contou que Gabriel e a minha ex-mulher Fernanda haviam morrido num desastre de helicóptero em Trancoso. A irmã de Fernanda, Jordana, e seu filho Lucas, também pereceram. Me contou tudo que houve, que Fernanda ainda chegou com vida à praia mas faleceu no hospital.
- Eu não estou ouvindo isso ? repetia
E os detalhes eram falados como um esparadrapo arrancado da pele: rapidamente e com muita dor.
- Meu anjinho?. ? eu só conseguia dizer isso
E neste momento, Miguel, Birita, minha mãe, Izabella, todos me abraçaram e choraram muito. Eu continuava com os olhos arregalados em total choque. Magal, baixista, não parava de soluçar. Minha tia avó estava inconsolável. Cada um ali sofria minha dor que estava apenas começando.
Com a fala ofegante, eu recusei os remédios, queria ter consciência dos meus atos, e apenas pedi: por favor, me levem a eles. Uma van nos esperava e fomos direto ao Cemitério São João Baptista. Fernanda e Gabriel seriam sepultados juntos no jazigo da minha família.
Permaneci em total estado de choque. Pessoas me cumprimentavam. Colegas de estrada, amigos de longa data, diversos parentes. Minha prima Regina Casé me consolava, mas não era capaz de assimilar o que ela dizia. Sheik, da primeira formação da banda, com quem não falava há muitos anos, se reencontrou comigo. Jornalistas, músicos, primos que vieram de outras cidades, além da sofrida família de minha ex-mulher velavam os dois caixões. Não podia abri-los. No topo, apenas as fotos dos dois. O dia estava bonito e tudo parecia uma cidade cenográfica. Eu certamente acordaria deste sonho, acreditava. Em vão. A coroa de flores do Biquini dizia?Hang on, Be Strong? Que ironia! Eram os versos de uma música em inglês que fizemos com a cantora Beth Hart em Los Angeles que diziam
Hang on, be strong/ sometimes life can slip away/


Segure firme, seja forte / Às vezes, a vida pode te escapar


Sem saber, havia composto nesta viagem a letra da música para me amparar!
Gabriel viveu 2 anos e dez meses. Tive a felicidade e honra de ser mais que um pai. Eu me apelidava de ?pãe?. Logo que ele nasceu, pedi à mãe que, uma vez que a amamentação era um privilégio dela, que o banho dele fosse o meu. E todos os dias eu o banhava, trocava suas fraldas, ninava e o colocava para dormir. Viajava muito mas, em seguida, pegava o primeiro voo para vê-lo acordar e poder passear na pracinha. Eu era o único homem em meio a tantas mães e babás. Tive noites mal dormidas, traduzi-lhe com beijos o que diziam as palavras. Igualmente era o único pai nas aulas de natação para bebês. Participei de cada momento de sua vida com um mergulho intenso e de cabeça.
Fernanda foi minha mulher e companheira por dez anos, convivendo numa querida família. Em 2007, decidimos ter nosso filho e ele nasceu no dia dos pais ? o maior presente que poderia receber. Por sorte ou coincidência, não tive show no dia e pude vê-lo nascer. Infelizmente, nosso relacionamento passou por crises que culminaram com nosso afastamento como casal. Divórcios sempre são estressantes mas acreditava que o tempo curaria as feridas e seríamos bons amigos.
Nós dois éramos muito ligados ao Gabriel e eu era um pai coruja que beirava o chato. Meu único assunto era ele. Os fãs se deliciavam, enquanto eu mostrava fotos mais recentes. Também fiz vários videoclipes e, junto com minha ex-mulher, postamos tudo no blog
mimevoce.blogspot.com contando desde a gestação, passando pelo nascimento e por todos os detalhes do seu dia a dia.
Perdi duas pessoas que marcaram minha vida. E quando o padre perguntou no velório se alguém queria dizer algo, eu levantei o braço. Tirei todas as forças de dentro de mim e cantei:
Tudo que viceja, também pode agonizar? e perder seu brilho em poucas semanas?.
E não podemos evitar que a vida / trabalhe com o seu relógio invisível/ tirando o tempo de tudo que é perecivel

Entre soluços e lágrimas, muitos presentes me acompanharam ao som de Impossível, sucesso do Biquini Cavadão.
O detalhe é que cantei?É impossível esquecer vocês?
Ao enterra-los, veio então a difícil tarefa de voltar pra casa e ver seus brinquedos, roupas, abrir a mala e ver tudo que comprei para ele. A palavra para definir o sentimento desde então é DOR. Não uma dor latente, insistente ou aguda. É uma dor que te assalta, te maltrata e te exaspera.
Continuava chorando pouco. Só dizia para todos?O que está acontecendo comigo? Dediquei minha vida a alegrar as pessoas, por que motivo agora tiram de mim a maior alegria de minha vida?? Incapaz de desabafar decidi provocar o meu choro. Vi vários vídeos de meu filho, um após o outro, até que veio o grito, a dor, como uma erupção vulcânica. Urros ensurdecedores. Os vizinhos batiam à porta perguntando o que fazer para me consolar. Minha mãe em prantos, Izabella me confortando sem parar. Foi horrível, mas me senti aliviado ao conseguir. Outros descarregos deste tipo vieram ao longo da semana.
Tenho dois shows neste sábado e domingo. Depois de muito pensar, decidi fazê-los. Chamei meu amigo Marcelo Hayena, do Uns e Outros. Ele estará por perto, caso me falte a voz. Ainda assim, estou confiante em cantá-lo até o fim. O motivo é simples. Meu filho nunca viu um show meu, por ser muito pequeno. Agora, ele tem cadeira cativa. E quero fazer para o meu Gabriel, o show mais lindo do mundo. E assim serão todos que eu puder fazer pro resto de minha vida!
Obrigado a todos pela força. Não consegui ler nem metade dos recados, mas deixo aqui o meu muito obrigado emocionado e meu consolo a todos que pereceram no desastre, em especial minha querida Jordana e meu sobrinho Luquinha.
Foi o pior dia de minha vida, mas cada reza, energia, força, recado, me amparou muito. Ainda sofro, mas, de agora em diante, terei de viver um dia de cada vez.

Beijem seus filhos e entes queridos, com carinho e fiquem com Deus.
Bruno Gouveia

Abraço.

domingo, 7 de agosto de 2011

OBRIGADO


Esse post é apenas para agradecer todos os acessos ( mais de 4000mil) e a todos que passam por aqui e lê um pouco da minha historia, meus devaneios , alegrias e assim fazem parte da minha vida.
Quero também deixar aqui um agradecimento especial a uma seguidora da minha vida, leitora, incentivadora deste blog estar no ar e grande amiga LANE. Obrigado por te me ensinado a mexer aqui e assim colocar algumas historias da minha vida para que o mundo possa ler.
A intensão deste blog sempre foi levar um pouco de palavras de força através da minha experiência a quem necessita e passa pela descoberta do HIV , também mostrar ao mundo que pessoas com HIV são pessoas normais, que podem ser felizes , tentar tirar da cabeça da população a palavra "PRECONCEITO" e informar noticias sobre esse vírus que hoje ainda é uma epidemia mundial.
Obrigado a todos que curtem, divulga, se emociona e aprende alguma coisa com minha historia.

SEJAM SEMPRE BEM VINDOS!!

Abraço.

Anjo Gabriel.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

QUASE UMA VACINA


A medicação precoce dos portadores do HIV reduz em 96% o risco de transmissão do Vírus da AIDS.
A 6ª Conferencia da Sociedade Internacional de AIDS, realizada recentemente em Roma, foi palco de uma comoção raramente vista em um congresso médico. Vindos de todas as partes do mundo, quase 3000 especialistas lotaram a sala Santa Cecilia, o maior auditório do imponente Parco della Musica, para ouvir o infectologista americano Myron Cohen, da Universidade da Carolina do Norte. Ele falou durante dez minutos e, ao terminar, foi ovacionado de pé, por cinco minutos. A exultação se explica. Como definiu o médico Scott Hammer no editorial da prestigiosa revista The New England Journal of Medicine, o trabalho de Cohen, intitulado HPTN 052, 6 a "prova definitiva" de que medicar precocemente o portador do HIV (ou seja, antes que ele manifeste qualquer sintoma relativo à presença do vírus) não apenas salva sua vida, mas reduz em 96% o risco de transmissão do HIV. O impacto dos remédios ANTIRRETROVIRAIS na contenção da epidemia equivale praticamente ao de uma vacina.
A maioria dos protocolos de tratamento dos portadores do HIV indica o uso de medicamentos somente a partir do momento em que as células CD4 (os generais do sistema imunológico e alvos do HIV) baixam a níveis em que os pacientes começam a apresentar os primeiros sinais de enfraquecimento e risco de doenças oportunistas a ele associadas. "Outras pesquisas mostram que, se o paciente é tratado quando as taxas de CD4 ainda estão normais, a sua expectativa de vida se iguala à de uma pessoa não contaminada pelo HIV", diz o infectologista Artur Timerman, de São Paulo.
Para fazer valer a filosofia proposta pelo estudo de Cohen, seria necessário aumentar o número de diagnósticos precoces - no Brasil, isso só ocorre em 55% dos casos. Além disso, todos os 34 milhões de infectados ao redor do mundo deveriam ser medicados com ANTIRRETROVIRAIS - o que acontece apenas com 6 milhões deles. Sairia caro? Não, quando se leva em conta que a prevenção de apenas um caso de AIDS economiza o dinheiro gasto no tratamento de cinquenta doentes.

Veja: 03.08.11