segunda-feira, 26 de julho de 2010

MÉDICO NOVO


Hoje apesar do dia ter passado bem devagar,tive um dia tranquilo, ansioso,numa expectativa grande para minha primeira consulta com meu novo médico infectologista.Na verdade o dia começou as 5h00 da manha quando acordei depois de vários sonhos relacionados ao primeiro dia de consulta com o novo médico.
Tanta ansiedade apenas pelo simples fato de ter sido acompanhado durante 3anos com uma médica( Dra Fabricia Dutra )que para mim foi uma pessoa fundamental para meu apoio, segurança, aceitação e uma vida mais tranquila e com sonhos logo após o diagnóstico.Pena que ela foi embora para longe e hoje não trabalha mais aqui.Sucesso Dra Fabricia e muitas felicidades nesta nova fase e vida de casada.
Hoje sai do trabalho e fui ao Dr Alexandre Cunha, que me atendeu muito bem e que aos poucos foi me deixando a vontade, me transmitiu segurança, me deixou acolhido e confiante com a substituição de uma grande parceira.
Creio que a partir de hoje tenho um novo parceiro que cuidará de mim e me puxará as orelhas quando necessário.
Fiquei tranquilo e bem após a consulta e tenho plena certeza que tudo continuará correndo bem com minha saúde.
Há e por falar em saúde, segundo o Dr Alexandre a minha esta muito bem .

Abraço.
Anjo Gabriel.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

HISTORIA REAL - REPORTAGEM


Sem a vergonha de ser feliz
Era uma tarde comum, 21 anos atrás, durante o dia de trabalho em um salão da Asa Norte, quando o cabeleireiro carioca Wanderley Estrella, 47, sentiu as dores que eram o anúncio de uma mudança radical em sua vida. A cada minuto, as pontadas na barriga ficavam mais fortes, o suor escorreu frio e o enjoo veio logo em seguida. Uma semana depois, a fisionomia de Wanderley havia se transformado. O homem alto, atraente e saudável parecia ter desaparecido. Tinha perdido 20kg.

O tormento não acabava. Um colega de trabalho aconselhou-o a fazer o teste de HIV. “Aqueles sintomas não eram normais. Fui ao laboratório com a certeza de que daria positivo”, lembrou Wanderley. A intuição estava correta. Ao receber o resultado, ele sentiu como se o chão tivesse desaparecido debaixo de seus pés. A vida se mostrou poderosa, inesperada, dona de si. Um momento que aconteceu em algum dia dos 10 anos anteriores à descoberta do “positivo” deixou marcas eternas em Wanderley. “Eu fui contaminado entre os anos 1978 e 1980. Eu era jovem, na noite do Rio de Janeiro. Naquela época, o sexo era livre. Nem se falava em camisinha. Foi na mesma época do Cazuza”, lembrou.

À época do diagnóstico, Wanderley já estava em Brasília, lugar para onde se mudou em 1984. Veio para passar três dias e acabou fixando residência. Apaixonou-se pela cidade-parque. Tudo era glamour antes do tal “positivo.” Acostumado a cuidar das cabeças mais exigentes de Brasília e a freqüentar locais de classe A, ele se viu diante de um monstro: o preconceito. Achou que ia perder o emprego, que a vida acabaria ali. “Naquele tempo, quando você recebia um resultado positivo, era o mesmo que comprar um caixão”, disse. Mas o chefe foi sensato, apoiou o funcionário dedicado. “Ele me disse: ‘Agora você só tem uma opção, e é continuar a vida, tomar o coquetel e trabalhar’”.

AbandonoOs amigos, porém, desapareceram. Não queriam apertar a mão de Wanderley, beijá-lo, dividir um copo. Compartilhar o mesmo talher ou banheiro? Nem pensar. A ignorância sobre as formas de contágio do vírus afastaram até as pessoas mais próximas. “Parecia que um buraco enorme tinha sido aberto ao meu redor. A rejeição não precisa ser expressa em palavras, a gente sente no olhar das pessoas.” O cabeleireiro, acostumado a ser querido, não resistiu a tanta hostilidade. Entregou-se ao alcoolismo. Vendeu carro e casa conquistados com muito esforço para mergulhar na bebida. “Era minha única fuga.”

Wanderley aprendeu, ainda menino, a se virar e a superar desaforos. Saiu de casa pré-adolescente. Não se sentia aceito, não pertencia à própria família. Enfrentou o primeiro preconceito, aquele contra homossexuais. “A minha orientação sexual era considerada uma doença entre os meus familiares. Saí sozinho no mundo e fui trabalhar em um salão de elite do Rio de Janeiro. Rapidinho eu estava aparecendo nos jornais cariocas e começou a aparecer parente querendo me ver. Mas era tarde.” Com as dificuldades, Wanderley aprendeu a renascer.

ForçaDepois da crise, não demorou muito e ele se reergueu, parou de beber. “Encontrei força em Deus. Ele me fazia pensar: se eu posso viver uma vida normal, porque vou desistir? Tenho todo direito de ser feliz”, lembrou. Quando decidiu voltar a trabalhar, em 2002, Wanderley encontrou espaço no Salão Hélio Diffusion, um dos mais badalados de Brasília. Não escondeu de ninguém que era portador de HIV. Decidiu que o preconceito não iria vencê-lo ou abafar sua autoestima.

Para compor um novo Wanderley, ele adotou um visual peculiar. Está sempre de cavanhaque e lenço na cabeça. O acessório é multifuncional, esconde a calvície e dá um charme ao mesmo tempo. “Escolhi levar a vida de cabeça erguida.” A relação com as clientes nunca foi prejudicada pela doença. Ele atende mais de 45 homens e mulheres por dia em busca do corte ou tintura perfeita para os cabelos. “As clientes me perguntam se eu já tomei o coquetel, se está na hora do remédio”, conta. Com os avanços da medicina, Wanderley, que antes tomava 23 remédios por dia e sofria com os efeitos colaterais, começou a ingerir nove comprimidos diários.Há dois anos, seus exames resultam em carga viral indetectável. “Eu chamo o momento de tomar o remédio de dar ração aos meus bichinhos. Depois é hora da ração da bichona aqui. Bom humor é essencial”, disse, em meio a gargalhadas. Mas isso não bastava. O cabeleireiro queria alertar a todos sobre os riscos do sexo sem segurança. Quem ele atende no salão e recebe até preservativos de presente. “Tem algumas pessoas que falam: ‘Eu não preciso disso’. E eu digo: ‘OK. Então você vai se dar mal como eu me dei’. E elas mudam de idéia”, disse.

LutaEm 2007, Wanderley precisou ser internado. “Fiquei cinco meses na Fraternidade Assistencial Lucas Evangelista (Fale). A maior universidade da minha vida foi ouvir as outras pessoas que estavam internadas lá, conheci várias realidades. Levantei de lá disposto a pedir meu emprego de volta”, relatou. O patrão recebeu Wanderley de braços abertos e ainda ofereceu a ele um cantinho para morar. “Eu só tinha uma sacola de roupa, quando voltei.” Naquele momento, Wanderley sentiu que podia contar com a vida outra vez. Ficou agradecido. Todo mês, ele e outros colegas de trabalho vão à Fale para oferecer cuidados de beleza aos pacientes. No próximo domingo, o ex-paciente estará lá.

O ativismo de Wanderley é contagiante. O dono do salão onde ele atua já fazia trabalhos sociais antes de conhecê-lo, mas depois de ver de perto a rotina de um portador de HIV se engajou ainda mais na luta contra a doença e apóia projetos ligados ao tema. Além da distribuição de camisinhas no salão, há até cartões-postais com o tema anti-HIV. Os profissionais do Hélio também participam de iniciativas da organização Cabeleireiros contra AIDS, um projeto da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Cultura e a Ciência (UNESCO).

Hoje, três anos depois, Wanderley conseguiu se reinventar. “Um portador de HIV só precisa de quatro coisas para viver bem: tomar a medicação sempre na hora certa, se alimentar bem, sexo seguro e não usar nunca palavras negativas”, afirmou. Wanderley, em breve, vai realizar um dos seus sonhos: está acabando de construir uma “mansão”, como ele mesmo diz. Cheia de pássaros e verde. “A gente é como uma nascente de água pura. Tem um curso a seguir. Quando surge algum obstáculo, como as rochas, por exemplo, a nascente faz uma cachoeira. O ser humano também pode ser assim e se superar sempre”, ensina. Wanderley não se cansa de comemorar o fato de estar no mundo. “Quando eu completar 50 anos, quero fazer uma megafesta na minha casa nova. Vai ser à moda carioca, com muita feijoada. Uma celebração da vida”, concluiu

FONTE: Correio Brasiliense em 21/07/10

quinta-feira, 8 de julho de 2010

REPORTAGEM INFORMATIVA


Descobertos anticorpos capazes de neutralizar 90% das variedades de HIV

Estruturas podem dar origem a tratamentos novos e inspirar criação de vacinas
A estrutura do anticorpo VRC01, em verde e azul, ligando-se ao HIV, em cinza e vermelho. Divulgação
Cientistas descobriram dois anticorpos capazes de impedir, em condições de laboratório, que mais de 90% das cepas conhecidas do vírus causador da aids, o HIV, invadam células humanas. Os pesquisadores também foram capazes de demonstrar como um desses anticorpos obtém o efeito.

Aids, no Brasil e no mundo

O trabalho, descrito na edição desta semana da revista Science, pode inspirar o desenvolvimento de vacinas contra a aids. Os anticorpos também poderiam ser desenvolvidos como uma forma de tratamento da doença, acreditam os autores da descoberta, cientistas ligados ao governo dos Estados Unidos.
"Estou mais otimista sobre uma vacina de aids neste momento do que provavelmente já estive nos últimos dez anos", disse o principal autor do estudo, Gary Nabel.
O médico Anthony S. Fauci, diretor do NIAD, órgão do governo americano dedicado ao estudo de alergias e doenças infecciosas, refere-se à descoberta dos anticorpos e à determinação do método de ação de um deles como "avanços excitantes". "Além disso, a técnica usada para descobrir esses anticorpos representa uma nova estratégia que pode ser aplicada na criação de vacinas para muitas outras doenças", afirma, em nota.
Os anticorpos descobertos, chamados VRC01 e VRC02, foram encontrados no sangue de um paciente infectado com o HIV e que não desenvolveu a doença.

A detecção foi feita com base numa nova técnica, que utiliza uma proteína modificada do HIV para localizar anticorpos específicos para a parte do vírus que se liga à célula infectada.
Os cientistas determinaram que o VRC01 e o VRC02 neutralizam mais cepas do HIV, e com maior eficiência, que anticorpos para o vírus testados anteriormente.
Descobrir anticorpos capazes de neutralizar cepas do HIV originárias de qualquer parte do mundo tem sido um desafio, porque o vírus muda continuamente a estrutura de proteínas em sua superfície. Isso dificulta o reconhecimento do invasor pelo sistema imunológico. E, como consequência dessas mudanças, um número enorme de versões do vírus existe no mundo.
Mesmo assim, cientistas identificaram algumas poucas áreas na superfície do HIV que se mantêm praticamente constantes em todas as versões. Uma dessas áreas, localizada nos "espinhos" usados pelo HIV para se ligar a células do sistema imunológico e infectá-las, é chamada de local de ligação CD4.
Os anticorpos VRC01 e VRC02 bloqueiam a infecção pelo HIV ligando-se a esse local, evitando que o vírus consiga usar o "espinho" para se agarrar às células imunológicas.
A aids infecta cerca de 33 milhões de pessoas no globo, de acordo com a agência da ONU para a doença, a Unaids. Já matou 25 milhões desde que a pandemia teve início, nos anos 80, e não há atualmente uma vacina ou cura, embora seja possível controlar a infecção com drogas.

Fonte: ESTADÃO.COM. BR/SAÚDE
Data: 08/07/2010

Boa Leitura.

domingo, 4 de julho de 2010

PAI


PAI

Hoje bateu uma grande saudade do meu, lembrei do quanto ele era coração mole mesmo sendo um homem da roça, bruto e meio sem jeito para demonstrar o quanto ele amava cada um de nos.
Lágrimas vem aos olhos quando lembro que já tem algum tempo que ele foi embora do meio de nos, coração aperta e nó na garganta ao lembra que não mais posso vê-lo e dizer o quanto o amo e sinto sua falta aqui perto de mim.
Nunca fui o filho preferido nem o filho exemplo! Sempre o mais parecido de génio com ele, o mais divertido e bruto como ele sempre foi com os amigos, o farrista como diz a minha mãe, talvez por sermos tão parecidos os atritos às vezes aconteciam.
Lembro como hoje quando eu saia e ele dizia “quando chegar em casa pela madrugada antes de descer do carro olhe pra ver se tem alguém estranho”, e outras coisas que ele falava quando eu saia pra farra.
Como foi dolorido vê-lo indo embora aos poucos, como foi complicado ver quem tanto gostava de comer bem, não colocar nenhuma comida na boca e como foi pior ainda saber que ele foi embora sem ao menos falar comigo.
Muita saudade hoje e também uma grande vontade de dizer TE AMOOOOO PAI!

Anjo Gabriel.